quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Uma história com pés e asinhas...
Era uma vez uma borboleta e uma joaninha.
Tanto uma como a outra apreciavam a calma dos jardins, o aroma das flores, a paz e tranquilidade do verde.
Gostavam das cores da praia... mas só a borboleta se aventurava sozinha por esses caminhos. A joaninha precisava de companhia e não gostava de aventuras.
A borboleta gostava de ver o mundo do ar, de viajar, de experimentar o néctar de muitas flores.
A joaninha gostava de passear com os pés assentes no chão, nas folhas, nas flores... só voava se a obrigassem, ou se alguém precisasse dela: outros bichinhos, por exemplo. E só dava passeios pequeninos, que não a levassem para muito longe da sua casinha. Percebe-se assim que nem a canção “voa joaninha voa que o teu pai foi a Lisboa” lhe desse grande ânimo para voar até à cidade grande.
A borboleta procurava sempre ir mais longe... tão longe quanto as suas asas o permitissem. Porque sendo borboleta era também frágil. O seu coração é que era forte e ansiava por conhecer o mundo. Mesmo sem companhia. Porque às vezes a companhia era um peso nas viagens...
A joaninha tinha asas. Pois tinha. Mas estavam bem escondidas para ter desculpa para não voar. Voava então dentro dentro de si e inventava coisas que mais ninguém via nem sabia.
Viajava sem sair do mesmo lugar. Era só fechar os olhos.
Às vezes podia ver-se escondida, muito sossegada, como se não fosse nada com ela. Mas as canções e os poemas que lhe vinham à mente nessas viagens oferecia-os a uns pássaros amigos. E o jardim enchia-se de música, cantada por outras vozes.
Um dia, por coincidência, a borboleta pousou numa flor onde estava a joaninha. Gostou logo dela sem saber muito bem porquê e contou-lhe as mil aventuras de que era feita a sua vida. Como se se conhecessem desde sempre.
A joaninha olhava para ela com admiração. Porque era bonita, porque era forte, porque era corajosa.
Não que quisesse ser como ela, porque adorava ser joaninha, mas sentia que a borboleta a completava, de alguma forma que não conseguia explicar com palavras. Só com um poema, uma história ou coisa assim. Parecia-lhe uma amiga de longa data, sem perceber donde lhe vinha aquela sensação.
A borboleta, habituada ao mundo e a tantas coisas que ninguém imagina, percebeu nos olhos sossegados da joaninha o carinho que nascia, mas viu logo que não tinha ali uma companheira para as viagens. Era mais uma companhia para repousar o espírito entre aventuras. Foi por isso que não lhe disse: vem daí voar comigo.
A joaninha viu nos olhos da borboleta que ela a compreendia e aceitava assim mesmo: pequenina, solitária, de asas escondidas e um céu por dentro. E a admiração ainda cresceu mais.
A Amizade tem destas coisas. Não se encontravam muito, a borboleta e a joaninha, mas estavam frequentemente nos pensamentos uma da outra.
Às vezes, mesmo sem combinar nada, cruzavam-se numa folha ou numa flor e trocavam uma com a outra segredos, desejos, coisas simples ou complicadas, conforme a estação do ano, os sentimentos ou as viagens de cada uma. Encontros que pareciam por acaso, mas que acrescentavam sempre uma cor nova à amizade e à vida de ambas.
Portanto talvez não fossem por acaso.
Foi assim que numa manhã fresca de Primavera, com um orvalho miudinho a enfeitar um amor-perfeito como colar de diamantes, se encontraram por um breve instante quando matavam a sede. Olhando nos olhos a amiga, como quem olha para um espelho de água, a borboleta disse: sabes joaninha, gosto muito de ti...
Por momentos o orvalho confundiu-se com o brilho dos olhos, primeiro da borboleta, depois da joaninha. Deram-se duas mãos das muitas que tinham, o sol espreguiçou-se e disse olá e a borboleta voou para outras paragens, como sempre em busca de respostas a tantas perguntas, na esperança de encontrar alguma perdida no meio de alguma flor... (não contei aqui um pormenor importante: a borboleta também confessou que gostava muito do rouxinol que vivia no jardim e de outra borboleta com quem viajava muito... todos três eram especiais amigos. Mas isto é outra história que não se pode contar em poucas palavras no meio de outra história! )
A joaninha voltou para a sua casinha (partilhava com a borboleta as perguntas, mas procurava as respostas de outras maneiras...) e sentou-se com o coração invadido por uma ternura e uma alegria de muitas cores que faziam o vermelho das suas roupas parecer desbotado. Era assim como se fosse um arco-íris que lhe saía do peito e lhe dava vontade de chorar e de rir, tudo ao mesmo tempo.
Na outra ponta do arco-íris não se escondia um pote de ouro. Estava, como se pode adivinhar, o coração do seu joaninho, a família, o coração da borboleta, o do rouxinol , os de mais uns poucos mas bons amigos.
Nesse dia especial, era o coração da borboleta que sentia bater no seu, através de uma ponte colorida e invisível. Pode parecer estranho, mas juro que é verdade.
Foi então que na cabeça da joaninha começou a desenhar-se um poema grande que não era bem um poema, mas mais uma espécie de história. Era uma prenda especial para a borboleta. Era a sua maneira de lhe dizer: gosto tanto de ti como tu gostas de mim.
Escreveu-o devagarinho numa folha verdinha e tenra do amor-perfeito onde tudo acontecera e guardou-a junto às asas. Subiu para um cimo da mais alta flor do jardim e deixou-se ali ficar à espera do dia seguinte. À espera da borboleta. Vencendo o medo da noite. No pensamento saboreava o nome da flor "amor-perfeito" como mais um daqueles acasos sem explicação.
Ia oferecer-lhe a folhinha verde como companhia para todas as viagens. Uma parte de si, criada especialmente para a amiga.
Porque ela era muito especial e precisava de o saber.
Conta-se (quem sabe o que é verdade?) que ao entregar a folhinha à borboleta, a fada do jardim as encantou e, a partir daquele momento, passaram a ser capazes de sentir, olhar e viver as coisas como se fossem uma só, ainda que nada nos hábitos repetidos das suas vidas se tivesse modificado.
Mas verdade verdadinha é que elas já conseguiam fazer isso muito antes desse momento, logo quando se conheceram... (essa coisa de acrescentar uma fada à história, é de quem não percebe que a Amizade tem magia e encanto suficientes para explicar todas as coisas inexplicáveis).
Uma coisa é certa: a joaninha continuou a ser uma joaninha e a borboleta uma borboleta. Porque o encanto dos jardins nasce das diferenças entre todas as coisas que podemos encontrar neles.
Mas de tempos a tempos lá podemos vê-las em amenas conversas, esquecidas do tempo e do mundo... como se os passos de uma se misturassem nos voos da outra e tudo à volta desaparecesse.
A borboleta ainda guarda a folhinha verde num bolso especial do peito.
Pode parecer mentira, mas a verdade é que a folha nunca murchou.
Teresa Martinho Marques
sábado, 16 de maio de 2009
Joaninha
Joaninha colorida
Diga quem são seus pintores
Será que são as borboletas
Roubando tinta das flores
Joaninha, Joaninha
Diga onde você mora
Se é na flor da laranjeira
Ou na seda da amora
Gira, gira Joaninha
Na roda do girassol
Beija-flor voa girando
Desenhando caracol
Quem pintou suas asas Joaninha
Ensinou a lagarta a virar borboleta
Ensinou o macaco a fazer careta
Ensinou a aranha a fugir da vespa
Vagalume que acende sem lanterna
Nem deu asas pra cobra, nem deu pernas
E encheu toda a terra de beleza
Quem pintou a Joaninha
Foi a mão da natureza...
Luis Perequê
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Cabeça nas "luvens"
Menina bonita chegou
Nas asas de uma borboleta
Na cauda de um cometa
Nos ventos de um dia de outono
Caçadora inveterada de joaninhas
Olhos doces e brilhantes
Sapatilha de paetê vermelha
Cabeça nas "luvens"
Coisa mais linda da vida
Benção dos céus
Ana Paula
Ana
Aninha...
Nana Pereira
Presente de aniversário para minha querida filha Aninha.
quarta-feira, 25 de março de 2009
Distração
Curiosidades sobre as joaninhas
Em inglês a joaninha é chamada de Ladybug, Ladybird ou Ladybeetle. Dizem que o nome tem origem na Idade Média, quando pulgões e outras pragas atacaram as plantações, e os agricultores rezaram para a Virgem Maria, pedindo por ajuda. Joaninhas surgiram, destruíram as pragas e as plantações foram salvas. O povo passou a chamar as joaninhas de "Besouros de Nossa Senhora" (beetles of Our Lady).
Na Argentina são conhecidas como "Vaquitas de San Antonio". Em espanhol são "mariquitas", que também é o nome de uma dança e sua respectiva música folclórica, onde os pares dançam com um lenço branco nas mãos. Mariquita em espanhol também é "homem afeminado"...
As joaninhas podem enxergar em diferentes direções de uma só vez. Os olhos são em forma de hexágonos com lentes em cada face. As antenas são usadas para sentir cheiros e sabores.
Em muitos países as joaninhas são um símbolo de boa sorte e há a crença de que matar uma delas pode trazer azar. Se uma joaninha pousar em sua mão, faça um pedido. A direção em que ela voar indica de onde virá sua sorte.
Para os agricultores, encontrar uma joaninha com mais de 7 manchas, é sinal de prejuízo, com menos de 7 é sinal de uma boa colheita.
Joaninhas
As joaninhas são insetos pequenos e coloridos, muito admirados por sua beleza e, em muitas culturas, símbolos de boa sorte e fartura.
As antenas são utilizadas na procura de alimentos, para localização espacial, procura por parceiros reprodutivos, entre outras funções. Para manter as antenas limpas, as joaninhas as esfregam com o primeiro par de patas, e, desta forma, removem resíduos que podem interferir em sua sensibilidade.
O tempo de vida de uma joaninha varia entre 3 até cerca de 9 meses.
domingo, 18 de janeiro de 2009
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
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